Cidade entregou a matriz de responsabilidades ao COI, relacionou as obras necessárias, mas não explicitou valores
Na última semana, o Rio recebeu o aval do Comitê Olímpico Internacional (COI) para o principal documento que faltava confeccionar: a matriz de responsabilidades. Nele, a cidade discriminou as obras essenciais para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, a quem competirá executá-las, mas não existe uma previsão de quanto será preciso gastar para o evento ocorrer.
– Não posso dar a resposta (de quanto vão custar os Jogos) porque não tenho os projetos. Os valores na candidatura apareceram como valores meramente indicativos. Você começa com uma referência e não com números – explicou o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcio Fortes, que se reunirá hoje, com a Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Rio-2016, para dar início a mais uma revisão do projeto, em um hotel de Copacabana.
Na fase de candidatura, o Rio estimou o investimento de US$ 11,6 bilhões (R$ 23,6 bilhões) para a realização das obras de infraestrutura e outros US$ 2,8 bilhões (R$ 5,7 bilhões) formariam o orçamento do Comitê Organizador dos Jogos.
Na candidatura era uma estratégia mostrar ao COI que o Rio já passava por uma transformação independente de ser a sede dos Jogos. Por isso, de acordo com fortes, várias obras que não eram essenciais ao evento foram colocadas no dossiê como, por exemplo, todas que integravam o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
– É preciso diferenciar o que é essencial para os Jogos. E essa é uma pequena parte do dossiê de candidatura. A outra é a parte que os governos já haviam incluído em suas políticas públicas, iam acontecer de qualquer jeito – frisou Fortes.
Elaborada a lista de obras, verificou-se que cerca de 100 são essenciais aos Jogos. E aproximadamente outras 250 realizações serão executadas para melhorar o projeto olímpico ou pertencem ao PAC e à organização da Copa-2014.
– Fizemos a lista de obras e oficializamos a matriz de responsabilidades com as parcerias entre União, estado e município. O COI está satisfeito – contou Fortes.
BATE-BOLA
Marcio Fortes, presidente da Autoridade Pública Olímpica
Sem um valor fixado para as obras, posso dizer até que os Jogos custarão R$ 30 blhões, R$ 50 bilhões. Essa situação não é complicada?
Os acordos firmados foram exatamente para assegurar que haja uma relação íntima entre município, estado, e União para elaboração de projetos que sejam funcionais, icônicos mas espartanos em valor. Vamos sempre poder fixar o menor valor possível.
Quais os exemplos de obras que não constam da lista das essenciais?
O BRT Transcarioca, o metrô Barra da Tijuca/Zona Sul. Agora, não ser essencial não significa desnecessária. Quer dizer que elas já estavam acontecendo ou previstas para ocorrer mesmo sem os Jogos ou foram melhoradas ou são pertinentes à Copa do Mundo de 2014.
Há uma previsão de quando se terá todos os valores?
Assim que tivermos feito todos os projetos técnicos e executivos das instalações esportivas e das outras obras de infraestrutra, como as de transporte e acomodações.
Mas ainda faltam itens como, por exemplo, a Segurança?
Sim. Aí, teremos de ver o que será comprado só para os Jogos. Porque muito já será gasto com a Copa e esse valor não entra na minha conta.
Fonte: Lancenet
#vergonha
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